Comitê Olímpico do Brasil

comitê olímpico nacional brasileiro
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O Comitê Olímpico do Brasil ou simplesmente COB é a entidade máxima do esporte no Brasil e órgão regulador do esporte olímpico brasileiro. Foi oficialmente fundado em 8 de junho de 1914, na sede da Federação Brasileira das Sociedades de Remo, por iniciativa da Liga Metropolitana de Esportes Atléticos, porém a I Guerra Mundial fez com que suas atividades oficiais começassem apenas em 1935.

Comitê Olímpico do Brasil
Comitê Olímpico Nacional
País/Região Brasil
CódigoBRA
Criação8 de junho de 1914 (1914-06-08)
Reconhecimento8 de junho de 1935 (1935-06-08)
Associação
Continental
ODEPA
SedeRio de Janeiro, RJ
PresidentePaulo Wanderley Teixeira
Secretário GeralRogério Sampaio
Site Oficialwww.cob.org.br

O COB tem múltiplas fontes de receita, mas seu principal meio de financiamento é sua participação de 2% em todos os lucros da Loteria Federal e outros jogos de azar. O COB é presidido por Paulo Wanderley Teixeira e tem como principal projeto os Jogos Olímpicos de Verão de 2016, realizado no Rio de Janeiro.[1] Anualmente, desde 1999, o COB organiza o Prêmio Brasil Olímpico, que premia os melhores atletas do Brasil.

Atribuições

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O COB é responsável por inscrever os atletas brasileiros em todos os Jogos Olímpicos. A política utilizada pela instituição é a "inclusão meritória". Isso significa que o COB não realiza seletivas olímpicas; todos os atletas brasileiros que atendem aos requisitos estabelecidos pela Federação Internacional de seu esporte para participação nos Jogos são automaticamente inscritos pelo COB em seu respectivo evento olímpico - se o país tiver um número limitado de vagas em um determinado evento nos Jogos e o número de atletas que atendem aos critérios de qualificação o exceder, o COB respeitará o ranking oficial do esporte, ou qualquer outro critério usado pela Federação do esporte para fins de classificação, e inscreverá os atletas mais bem classificados até o limite de vagas atribuído ao país nos Jogos. As seleções nacionais podem se classificar por meio de torneios pré-olímpicos e/ou eventos internacionais que premiem vagas nos Jogos; Atletas individuais, dependendo de seu esporte, também podem se qualificar alcançando um determinado desempenho ou tempo mínimo para os Jogos (por exemplo, na Natação, onde os atletas se qualificam quando nadam em seu evento em um determinado tempo).

O COB tem como política nunca solicitar "vagas de inclusão" nos Jogos Olímpicos: o Comitê Olímpico de qualquer país tem o direito de solicitar ao Comitê Olímpico Internacional a inclusão de atletas dessa nacionalidade em eventos para os quais não tenham se classificado, desde que o país em questão não tivesse atletas qualificados quando tivesse o direito de inscrever atletas em um determinado evento; qualquer Comitê Olímpico nacional também pode solicitar essas vagas se não tiver atingido o número de atletas que lhe foram designados, o que faria com que os empates olímpicos diminuíssem.

Por exemplo, se nenhum atleta brasileiro conseguir se classificar para o evento olímpico de levantamento de peso, nenhum atleta brasileiro participará das Olimpíadas em questão, porque o COB não solicitará a inscrição de nenhum atleta que não tenha obtido a qualificação por mérito próprio. Isso pode ser observado, por exemplo, nos eventos do Halterofilismo dos Jogos de Verão de 2004, quando nenhum atleta brasileiro participou, embora o COB pudesse ter solicitado uma inclusão especial para fins de representação.

Candidaturas olímpicas

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O Comitê Olímpico do Brasil apresentou candidaturas oficiais para sediar os Jogos Olímpicos. No Brasil, o COB é a autoridade final para a apresentação de uma proposta, e nenhuma cidade brasileira pode licitar sem o endosso do COB. Brasília fez uma candidatura para 2000, mas desistiu antes da eleição final. A cidade do Rio de Janeiro foi a candidata preferida, tendo feito propostas para 1936, 2004 e 2012. A candidatura do Rio acabou sendo aceita em 2009 para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2016 em sua quarta apresentação de candidaturas.

Em 2004, quando chegou a hora de apresentar as candidaturas para os jogos de 2012 (atribuídas a Londres, na Grã-Bretanha), a cidade de São Paulo contestou a escolha automática do Rio de Janeiro como candidato natural do Brasil. São Paulo insistiu que poderia produzir uma proposta mais competitiva do que a do Rio de Janeiro. O COB só pôde apresentar uma proposta nacional e decidiu resolver a questão internamente, por votação de todos os membros registrados do COB. Ambas as cidades foram obrigadas a apresentar sua candidatura aos Jogos (como se estivesse sendo apresentada aos membros do COI) para avaliação dos delegados votantes. O resultado foi uma vitória esmagadora a favor do Rio de Janeiro, e o COB então apresentou a candidatura da cidade para os Jogos.[2]

Em 2017, o Comitê Olímpico Internacional suspendeu provisoriamente Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, em um processo de compra de votos para garantir o Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.[3]

Confederações

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As Confederações nacionais cujos esportes fazem parte do Programa Olímpico estão diretamente ligadas ao COB, mas a entidade também trabalha com muitas "Confederações Vinculadas", que são aquelas cujos esportes não fazem parte do Programa Olímpico atualmente.[4]

Arrecadação das Loterias Federais

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Desde 2001, a principal fonte de recursos do COB para o cumprimento de seus objetivos estratégicos é oriunda da arrecadação das Loterias Federais ao esporte (Lei Federal 13.756/2018). O COB repassa parte desse dinheiro às Confederações Nacionais de cada esporte. A Confederação Brasileira de Futebol não recebe estes repasses[5].

Repasse às Confederações

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Para 2023, o COB destinou às Confederações cerca de R$ 201 milhões[6].

Modalidade e Valores repassados
ModalidadeValores (R$) (2023)[6]
Atletismo8 300 000
Badminton4 960 000
Basquete4 693 000
Boxe8 208 000
Breaking3 045 000
Canoagem7 961 000
Ciclismo6 082 000
Desportos Aquáticos12 025 000
Desportos na Neve4 849 000
Desportos no Gelo4 623 000
Escalada Esportiva3 980 000
Esgrima4 453 000
Ginástica10 633 000
Golfe4 370 000
Handebol5 004 000
Hipismo7 291 000
Hóquei sobre Grama4 286 000
Judô7 983 000
Levantamento de Pesos5 167 000
Pentatlo Moderno4 245 000
Remo4 730 000
Rugby4 501 000
Skate7 448 000
Surfe7 233 000
Taekwondo6 357 000
Tênis5 264 000
Tênis de Mesa5 904 000
Tiro com Arco5 362 000
Tiro Esportivo5 218 000
Triatlo5 301 000
Vela7 118 000
Vôlei9 820 000
Wrestling4 586 000

Confira os critérios (e seus respectivos pesos) de repasse:

  • Medalhista na última edição de Jogos Olímpicos (15,75%)
  • Multimedalhista na última edição de Jogos Olímpicos (13,39%)
  • Medalhista na penúltima edição dos Jogos Olímpicos (4,72%)
  • Top 8 nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos (2,36%)
  • Número de eventos com participação brasileira na última edição dos Jogos Olímpicos (2,36%)
  • Top 8 no último Campeonato Mundial adulto (4,72%)
  • Medalhista no último Campeonato Mundial Adulto (12,6%)
  • Top 8 no último Campeonato Mundial Sub-21 (2,36%)
  • Medalhista no último Campeonato Mundial Sub-21 (9,45%)
  • Aproveitamento de medalhas na última edição de Jogos Pan-americanos (7,48%)
  • Medalhista de ouro na última edição de Jogos Pan-americanos (8,27%)
  • Prestação de Contas – Qualifica a performance das Confederações nos processos de prestação de contas da Lei Agnelo/Piva no ano corrente (8,27%)
  • Programa Gestão, Ética e Transparência (8,27%)

Presidentes

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PresidentePeríodo
Fernando Mendes de Almeida1914 – 1935
Antônio Prado Júnior1935 – 1947
Arnaldo Guinle1947 – 1950
José Ferreira do Santos1950 – 1963
Áttlia Ache1963
Sylvio de Magalhães Padilha1963 – 1990
André Richer1990 – 1995
Carlos Arthur Nuzman1995 – 2017
Paulo Wanderley Teixeira2017 – atual

Hall da Fama

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Durante o Prêmio Brasil Olímpico de 2018, o COB criou um Hall da Fama para homenagear figuras marcantes do esporte brasileiro.[7][8]

NomeEsporteAno
Jaqueline SilvaVôlei de praia2018
Torben GraelVela
Vanderlei Cordeiro de LimaAtletismo
Sandra PiresVôlei de praia
BernardinhoVôlei2019[9]
Magic PaulaBasquete
Joaquim CruzAtletismo
Maria LenkNatação
João do PuloAtletismo
Hortência MarcariBasquete
José Roberto GuimarãesVôlei
Guilherme ParaenseTiro esportivo
Chiaki IshiiJudô
Sylvio PadilhaAtletismo
Wlamir MarquesBasquete2020[10]
Tetsuo OkamotoNatação
Aurélio MiguelJudô
Nelson PessoaHipismo Saltos
Reinaldo ConradVela
Aída dos SantosAtletismo
Bernard RajzmanVôlei
ZagalloFutebol
Adhemar Ferreira da SilvaAtletismo
Sebastián CuattrinCanoagem Velocidade
Servílio de OliveiraBoxe2021[11]
Rogério SampaioJudô
Gustavo BorgesNatação
FofãoVôlei
Renan Dal ZottoVôlei2022[12]
Yane MarquesPentatlo Moderno
Manoel dos SantosNatação
Marcelo FerreiraVela
Melânia LuzAtletismo
Ricardo PradoNatação
Walter CarmonaJudô
Afrânio da CostaTiro2024[13]
Daiane dos SantosGinástica
Edinanci SilvaJudô
Gustavo KuertenTênis

Ver também

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Referências

Ligações externas

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